Destruição
- rccato
- 7 de abr. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 31 de mar. de 2020
O menino andava de um lado para o outro, passos ritmados, quase que nervosos . No fundo, em segundo plano, duas silhuetas gesticulavam quase que um borrão, a cabeça do menino já estava agitada não sabia o que escolher ou o que apoiar. Haveria o que apoiar? O que sobra quando o alicerce já fora destruído? Poderia ao menos salvar-se em meio aos escombros? O menino continuava a perambular nervosamente próximo a enorme janela da sala, era o seu primeiro plano, a unica coisa que conseguia enxergar nitidamente era o azul celeste atrás daquela vidraça que o hipnotizava. Um estranho sentimento começara a invadir o seu corpo. Algo precisava sair, ele não podia mais carregar essa dor como se não fizesse parte dela, precisava acabar com aquele teatro. O menino se virou repentinamente para as silhuetas, agora era seu primeiro plano.
- Olhem o que estão me causando... Basta!
Eles o encaram assombrados com a repentina reação do garoto. As lágrimas que escorriam em seu rosto jovial não eram sentidas e ele nem se dava o trabalho de afasta-las, estava fadigado. Não existia cura para sua dor, ninguém podia ajudá-lo, ele já sentia o caos dentro de si. O amor paternal das silhuetas já não era refletido em seu afeto, fora levado ao vento para sempre e nada fizeram.
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