Imaginações em cima de imaginações
- Priscilla Tavares
- 8 de abr. de 2018
- 1 min de leitura
Naquela manhã serena, Clara correu até sua janela, mas tudo que conseguia ver era uma forte neblina que pairava do lado de fora e ia se expandindo até as montanhas. Era uma paisagem fosca, mas, de certa forma, era agradável de olhar. Enquanto suas irmãs dormiam, vestiu suas meias de algodão e saiu escorregando pelo chão do quarto, pensando no que ela poderia fazer naquela manhã incomum.
Seu pai, como de costume, todas as manhãs cuidava do sítio, alimentava todos os animais como se fossem a coisa mais preciosa que possuísse. Já sua mãe, se preocupava mais em preparar o café da manhã e, assim, chamar a todos da casa para se satisfizer do banquete que ela preparava todos os dias. Enquanto isso, Clara continuava escorregando pelo chão, sem ainda saber o que poderia fazer, ela se jogou em sua cama bagunçada, olhou fixamente para o teto. Sonhava acordada. Tudo que ela conseguia ver era um campo verde, mais verde do que o sítio no qual morava. Imaginava os cheiros que as flores vermelhas, roxas, azuis e brancas daquele campo tinham. Suas cores eram tão vivas, as suas preferidas.
Clara se vira para o lado da cama, abraça o seu lençol e chora ao perceber que tudo era apenas imaginação. Desde o começo... Ela não tem seus pais e muito menos irmãs. Vive sozinha em um quarto alugado, com janelas viradas para a parede de um prédio. Imaginações em cima de imaginações!
A realidade atormenta.
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